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Foto do escritorGislaine Soares

Brincar, por quê? Entenda a importância

Atualizado: 10 de dez. de 2020

A tecnologia trouxe, com certeza, uma facilidade enorme para o nosso cotidiano. Mas o seu avanço tem mudado radicalmente a forma das pessoas viverem e se relacionarem – isso muito antes da pandemia – vale ressaltar! Fazemos compras on-line, pesquisas, interagimos com as pessoas que estão distantes e isso sem, sequer, sair do lugar.


E as nossas crianças também estão inseridas neste cenário. Os nascidos na chamada Geração Z estão aprendendo a conviver, desde muito cedo, com tablets, notebooks, smartphones e, consequentemente, estão interagindo de forma diferente com o mundo. Não é por acaso que, esse universo tem gerado diversas discussões sobre a influência da tecnologia na infância.


Diante deste cenário, o site Blue Bus divulgou um infográfico baseado em uma pesquisa realizada pela AVG Tecnologies que entrevistou seis mil mães de 10 países, incluindo o Brasil, e revelou que dentre as crianças com idade entre 3 e 5 anos:

· 66% conseguem operar jogos de computador;

· 47% sabem utilizar um smartphone;

· 62% ligam o computador;

· 57% sabem utilizar pelo menos um aplicativo no smartphone.

Esses dados nos deixam de boca aberta, não é mesmo? E não é para menos. Um estudo realizado pela agência de saúde pública britânica mostrou que, quando as crianças passam muito tempo na internet, podem desenvolver problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e agressividade. Além disso, a internet e eletrônicos hoje são concorrentes do brincar que é tão importante e que é sobre o que vamos falar neste texto.


A brincadeira como experimentação O momento da brincadeira é uma oportunidade de desenvolvimento para a criança, é por meio do brincar que ela aprende, experimenta o mundo, possibilidades, relações sociais, elabora sua autonomia de ação e organiza suas emoções.


É muito comum lembrarmos de uma brincadeira da infância e, de repente, sorrir do nada ou dar aquele suspiro de tanta saudade e bons sentimentos. Mais do que boas lembranças, as brincadeiras na infância são um ato extremamente valioso para o desenvolvimento infantil.


Ao brincar, a criança se descobre e percebe o mundo ao seu redor. Crianças são “pequenos cientistas”, que aprendem experienciando e explorando o corpo, texturas, sons, lugares, cheiros, cores, pessoas. Ao experimentar, elas analisam, elaboram intuitivamente estatísticas, fazem outras experimentações, avaliam, testam hipóteses e assim vão descobrindo o mundo. Cada uma do seu jeito. O Cérebro se desenvolve e utiliza a maior plasticidade desse período de vida a favor da pessoa.

Estimulando a imaginação

Muitas brincadeiras na infância estimulam a imaginação, e desse imaginar nasce a capacidade de criar o novo. É por meio do lúdico que as habilidades que possibilitam o aprendizado são desenvolvidas. Os pequenos entram em contato com experiências agradáveis e desagradáveis, resolvem conflitos, compreendem regras sociais, constroem seus valores, além de ser um excelente meio de desenvolvimento e refinamento da comunicação, de construção e fortalecimento de vínculos afetivos.

É por meio da brincadeira que, muitas vezes, a criança pode expressar o que ela tem dificuldade de verbalizar, sobre sentimentos, conhecimentos e dificuldades. Ao observar uma criança brincando, é possível entender muito do seu comportamento. É importante dize que, o ato de brincar, não deve estar relacionado à aquisição de novos brinquedos e sim com o momento e como ele pode transformar as relações.


Objetos simples, que fazem parte do dia a dia da família, quando usados de forma lúdica, podem proporcionar para as crianças a possibilidade de seu desenvolvimento e estimulação da criatividade. Além disso, o contato com a natureza ou atividades como pintar, desenhar, inventar histórias, correr, saltar, além de entreter as crianças, estimulam a mente e o corpo.


Nós nascemos criativos e desaprendemos ao longo da vida. O meu convite pra você hoje é tentar resgatar essa criança escondida atrás do computador ou de uma série de compromissos do dia e se aventurar com os seus pequenos neste universo mágico da brincadeira.


O desenvolvimento social, emocional e cognitivo

À medida que a criança cresce, as brincadeiras mudam, e essas mudanças refletem o desenvolvimento social, emocional e cognitivo. Precisamos dar às nossas crianças tempo livre de brincar e se descobrir, uma vez que é no brincar que elas podem ser elas mesmas. Atualmente é inegável a importância do brincar no desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança.

É por meio da brincadeira que a criança explora e reflete sobre a realidade e a cultura na qual está inserida. A experimentação de diferentes papeis sociais (o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem) através do faz de conta, permite à criança compreender o papel do adulto e aprender com espelhamento.

O brincar é uma forma segura de as crianças mostrarem os seus medos, as suas angústias e a sua agressividade e de tentarem elaborar e resolver os seus conflitos internos. Os jogos, nos quais está implícito o perder e o ganhar, permitem que a criança possa começar a trabalhar a sua resistência à frustração. Aprender a lidar com esse sentimento é essencial para o seu equilíbrio emocional e para o desenvolvimento da personalidade.

O raciocínio e a socialização

Um aspecto muito importante do brincar é o desenvolvimento do raciocínio, da atenção, da imaginação e da criatividade. Na medida em que as brincadeiras acontecem trazem novas linguagem e ajudam a criança a pensar. O brincar desempenha um papel igualmente importante na socialização da criança, permitindo-lhe aprender a partilhar, a cooperar, a comunicar e a relacionar-se, desenvolvendo a noção de respeito por si e pelo outro, bem como sua autoimagem e autoestima.

Os benefícios do brincar são inesgotáveis e é muito importante que os pais e responsáveis não se esqueçam de definir na agenda da criança um espaço diário para não fazer nada – é aí que surge o espaço para brincar.

O papel dos pais e responsáveis

Os pais e responsáveis têm um papel fundamental no que diz respeito à preparação dos espaços, à seleção dos brinquedos e do estimulo ao brincar, proporcionando à criança um ambiente de qualidade e enriquecedor da imaginação infantil, que estimule as interações sociais com outras crianças, familiares e amigos. Vale ressaltar que “enriquecedor” não significa proporcionar brinquedos caros, mas meios que permitem a exploração de diferentes linguagens como a musical, corporal, gestual, escrita.

E aqui vai uma dica: o adulto pode e deve participar na brincadeira, uma vez que o seu envolvimento não só estreita os laços afetivos com a criança como também aumenta o seu nível de interesse e motivação. Na interação, o adulto tem oportunidade de conter e ajudar a criança na elaboração das inquietações que surgirem durante a brincadeira, bem como enriquecer e estimular a imaginação da criança, despertando-lhe ideias e questionando-a para a descoberta de soluções.

Assim, faz todo sentido limitar o tempo de uso de telas das crianças e garantir que isso não atrapalhe as "interações interpessoais ou o tempo em família", que não seja concorrente a esses e a todos os benefícios do brincar.

Então, vamos resgatar a o brincar.... Vamos brincar com os pequenos! Sempre que for possível, brinque muito com sua criança e conceda-lhe uma parte do dia para ele brincar! Dessa forma, você irá ajudá-lo a ter um crescimento e desenvolvimento feliz e mais saudável!

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